Vivemos correndo,
com os olhos presos em telas,
mentes dispersas,
coração acelerado,
tentando fazer caber em 24 horas
tudo aquilo que a vida impõe.
Mas há beleza esperando na borda do instante.
Há canto de pássaros nos detalhes.
E o vento, leve, ainda sabe tocar quem desacelera.
O café fica mais quente
quando a gente está presente.
O céu vira poesia,
e a gente aprende que algumas coisas
não pedem rótulos, registros, nem palavras –
só a presença de quem se permite sentir.
Na pausa que a gente faz
pra ouvir as próprias inquietações,
nasce um abrigo silencioso:
a escolha de se escutar com verdade
e de se acolher com gentileza
pode ser cura.
Aquela calma que tanta gente procura
não mora em dias perfeitos,
nem em vidas resolvidas.
Ela se revela nas escolhas pequenas
de quem decide viver inteiro.
Porque a vida,
por mais imperfeita que pareça,
fica cheia de graça
quando a gente abraça
a ternura do agora.
