Eu quero
emprestar minhas asas até que tu voes
e acompanhes os trens que rodeiam na chuva.
Conquistar a ternura do aroma das flores.
Contemplar esse amor, proteger-te na curva.
Quero ouvir este vento cantar o teu nome
junto aos pássaros, livres, fazendo seu ninho.
Esquecer as ausências do tempo que some,
mas retorna ao saber que tu estais a caminho.
Libertar tua luz ainda presa no poço.
Dissipar toda treva que vem da ilusão.
Repetir os deslizes de quando era moço
e roubava as chaves do teu coração.
Celebrando esta vida no encanto geral,
amarrar corações, meu e teu, eu previ.
No crepúsculo, enfim, um noturno ideal,
confessar que vivi e ainda vivo por ti.