Quero ser instrumento no oportuno momento…
quero ser tocada por Deus para tocar os seus.
Às vezes, num canto meio sem encanto,
um dedo de poeira entregue à canseira…
pois pode ser dolorida a lapidação…
como oscila, a afinação!
Um aperto aqui,
uma afrouxada ali.
Até um óleo pingado,
escorre pelo olho inchado.
O som vai se aperfeiçoando
os ruídos vão se dissipando.
Cada pessoa que passa,
cada pessoa que para,
deixa algo e algo leva…
às vezes, um canto se eleva.
Há desafios,
são horas a fios, de preparo, de reparo…
Talvez o segredo,
seja existir apesar do medo.
Só de estar ao alcance,
de ser vista num relance,
há um sossego,
um certo aconchego.
E a música segue,
conforme a vida prossegue…