Há algo em mim que ama os detalhes,
um olhar que se detém no que escapa dos outros.
Gosto do simples,
mas gosto ainda mais do que transborda alma,
porque o raso nunca me coube bem.
Carrego histórias em gestos pequenos,
em silêncios cheios de significado,
em memórias que se desenham
nas entrelinhas do tempo.
Tenho raízes que me prendem ao que importa,
mas também asas que sabem o momento certo de voar.
Não sou de excessos,
mas sou de intensidade.
Escrevo palavras que escolho a dedo
para dar vida ao que ecoa em mim.
E é assim que o que eu sinto
encontra morada no papel.
No fundo, eu sou mais poesia que mulher.
Não da que escreve para ser lida,
mas da que sente
e insiste em transbordar.