Hoje eu revirei algumas caixas antigas, achei algumas fotos e uma delas coloquei em um porta retrato.
Era eu, ainda garotinha.
Isso é algo muito além do normal para mim, afinal, ao se tratar de passado, em nada sinto falta dele.
Sou daquelas que pouco sinto saudade, gosto tanto do novo que invisto meu tempo naquilo que há de vir.
Mas aquela garotinha, tinha muito a me dizer…
E esta cidadã aqui já adulta, metida a durona, precisou baixar a guarda e destrancar o coração.
Então senti saudades!
Há quanto tempo deixei de ser aquela garotinha? Porque me afastei dela?
A vida adulta exige tantas coisas que esqueci que a minha verdadeira versão deixou de existir quando quis ser aquilo que queriam que eu fosse.
Eu foquei em apagar incêndios que não eram meus.
Arrumar bagunças que não às fiz.
Fugi de situações que eu nem deveria ter entrado.
Tudo isso porque eu queria ser forte como se ensinaram a ser.
Anos à frente aprendi que a vida é leve, fazer escolhas sem opniões alheias dá muito certo, e deixar fluir é a verdadeira forma de viver.
Eu sinto que fiz um bom trabalho até aqui.
Mas aquela garotinha ali, queria muito mais!
Ela sonhava mais, acreditava mais!
Ela não tinha traumas, não tinha medos.
Ela simplesmente fazia, e brilhava por onde passava.
Este retrato já tem um novo lugar, e ficará aqui ao lado da cama.
A minha inspiração diária é essa garotinha.
Ela fez falta aqui, com tantos sonhos, tanta alegria, tantos talentos.
Seja bem vinda de volta, juntas faremos acontecer!
Diane Vasconcelos
