Entre samba e poesia,
danço com o tempo que me escapa,
feito fruta madura na tarde,
amarela de sol e vontade.
Caju tem gosto de ontem,
e aroma de agora,
um pedaço doce da vida
que a gente insiste em morder.
Enquanto o mundo adia seu fim,
sorrio de boca cheia,
cantando baixinho nas ruas,
com a alma embriagada de amar.
E no silêncio que eu tanto gosto,
sinto o suco escorrer pelos dedos,
como sonhos que vivem,
mesmo quando já parecem tardios.