Achei o máximo quando a poesia voltou à minha vida.
Quis culpar o Massimo pela volta da poesia, mas desculpei-o.
Estava a curar um hiato nas sobras do meu tempo vago;
E em busca de encontrar sentido para a minha escrita incerta.
Quase sempre escrevo pelas teclas e por múltiplos papéis…
Meus papéis, e os de celulose…
Nos meus, um turbilhão de bons conteúdos mistura-se;
Naqueles, toda a liberdade de contar o que me encanta e o que me dói.
São duas escritas entremeadas por papéis de uma vida inteira;
Que passa e se imprime em meus significados,
E nos significantes que recolho pelo caminho.
Quando a poesia volta, inevitavelmente,
tornamo-nos atemporais com os pés no chão;
É-nos devolvida uma parte sã, corajosa e vital
Capaz de transcender nossa pequenez e incompletude
Para o necessário, diário e difícil confronto com a arte de ser-com no mundo.
Márcio A. de Almeida
São Paulo, 30 de agosto de 2023, 9 horas