Que fazer quando a noite se aproxima,
Vagarosa e silente, com seu véu,
Joga às traças a verve e toda a rima
Faz migalhas de versos no papel…?
Que me sobra na noite sem troféu,
Quando a cinza das horas tece o clima,
O tempero dos versos vira fel
E o teor das imagens não me anima…?
No encalço das rimas arredias,
Fito o Céu com total contentamento,
Vejo Deus, cobertor das noites frias.
A esperança do Verbo é meu alento:
Quanto mais dEle imito as poesias,
Mais se embala meu manco pensamento!
Gustavo Luna
02 de maio de 2023
Tarrafas, Ceará.